O cardiologista Eric Topol acaba de lançar “Super agers: an evidence-based approach to longevity” (“Os super-velhos: uma abordagem da longevidade baseada em evidências”, em tradução livre). Ele se refere a idosos que passaram dos 80 anos com saúde, enquanto a maioria lida com pelo menos duas doenças crônicas. Fundador do Scripps Research Translational Institute, o médico e cientista chefiou pesquisadores que sequenciaram o genoma de 1.400 desses indivíduos que parecem não sentir a passagem do tempo. Foram batizados de “wellderly” – uma fusão das palavras bem e velho, ou seja, aqueles que parecem imunes ao declínio físico. Não foram achadas diferenças significativas entre eles e seus companheiros de geração, mas o grupo era consistentemente mais ativo, tinha conexões sociais e um nível de escolaridade maior.
Topol vê com reservas o boom do mercado antienvelhecimento: “A ciência é encorajadora e temos avanços no campo da reprogramação epigenética, mas também há clínicas nas quais as pessoas gastam dezenas de milhares de dólares com câmaras hiperbáricas, tratamentos com células-tronco e suplementos sem o devido respaldo científico”, critica.
Seguem as recomendações que estão no livro
- Faça treinos de força, ou seja, vá para a academia e pegue peso: uma metanálise (que combina os resultados de diversos estudos) citada na obra mostra que uma hora de treino de resistência por semana diminui o risco de morte em 25%. Incorpore à prática os exercícios de equilíbrio, fundamentais quando envelhecemos.
- Dormir tem que ser uma prioridade: o cérebro precisa do descanso noturno para eliminar as toxinas que se acumulam durante o dia. A fase conhecida como sono profundo é a mais importante e Topol reconheceu que seu desempenho no quesito era pífio. Agora vai dormir mais cedo e sempre no mesmo horário.
- Adote uma dieta baseada em grãos, legumes, verduras e frutas, acompanhada de carnes magras. Reduza ao mínimo a ingestão de derivados do leite e simplesmente evite qualquer alimento ultraprocessado. “Nem se dê ao trabalho de ler o rótulo, todos fazem mal”, ele ensina. Quanto ao jejum intermitente, afirma que os dados não corroboram que seja um aliado da longevidade, mas aconselha: “jante cedo e não coma mais nada depois da refeição até a hora de dormir”.
- Proteja seu bem-estar mental: cultive amizades e relações sociais prazerosas. Um método eficiente para manter o estresse sob controle é estar em contato com a natureza.