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A IA vai substituir empregos em hotéis? Especialistas explicam

A IA (Inteligência Artificial) está em plena ascensão. A criação — e adoção — de ferramentas como ChatGPT e Google Gemini são alguns exemplos disso. Dados do Market Analysis Report apontam que o mercado global do setor foi avaliado em US$ 279,22 bilhões (cerca de R$ 1,5 trilhão) em 2024 e que deve atingir US$ 1,81 trilhão (aproximadamente R$ 9,8 trilhões) até 2030. A projeção é que a ferramenta alcance todas as áreas da sociedade, incluindo a hotelaria.

A pesquisa European Accommodation Barometer 2025, da Statista, apontou que hoteleiros europeus reconhecem o potencial da IA nos negócios. Nos hotéis, a tecnologia pode ser útil em áreas como comunicação e marketing, atendimento ao cliente, gestão de preços e receitas, prevenção de fraude e na limpeza, por exemplo.

A rede de luxo Mandarin Oriental, com 44 hotéis pelo mundo, tem implementado a IA como aliada no gerenciamento de resíduos alimentares. Em propriedades de Miami, Dubai, Londres e Hong Kong, o programa-piloto, divulgado em 2024, resultou em economia de US$ 207 mil (cerca de R$ 1,1 milhão) e redução de 66 toneladas de desperdício de comida.

Nos Estados Unidos e Canadá, a gigante Hilton tem usado a IA para assistência e suporte de reservas e atendimento ao cliente para hóspedes com deficiências visuais. Em território nacional, uma pesquisa da Booking.com realizada neste ano apontou que dois a cada três viajantes brasileiros pretendem usar IA para organizar viagens em 2025.

Mesmo assim, a dúvida que pode existir é: a IA vai substituir, ou ameaçar, empregos nos hotéis? Para Alexandre Panosso Neto, professor de Turismo da USP (Universidade de São Paulo), a tecnologia “pode, sim, reduzir a demanda por alguns postos de trabalho mais operacionais”, principalmente em áreas de contato direto com o cliente e atendimento padronizado.

Mesmo dizendo que as substituições devem ser pontuais, ele afirma que a IA não precisa ser vista “apenas como ameaça, mas como transformação”.

Dificuldades de implementação

A maioria dos entrevistados da pesquisa da Statista aponta que os altos custos foram o maior desafio na hora de implementar a ferramenta na Europa.

Panosso ressalta que a dificuldade financeira fica ainda mais em evidência para os empreendimentos independentes, além de ser uma mudança desafiadora pela “falta de infraestrutura digital em algumas regiões” do Brasil, onde pode conexão fraca ou até falta de acesso à internet. A escassez de mão de obra qualificada também é uma barreira na adoção da inteligência artificial.

Tendo em vista o cenário nacional, Teixeira defende que a implementação de IA é acessível. Segundo ele, o preço médio da implantação para redes de pequeno porte sai a partir de R$ 300 mensais. O valor é variável para hotéis grandes. “Atualmente, os clientes colocam [a inteligência artificial] no ar em cinco dias após assinatura do contrato”, garante.

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