A reunião de cúpula da Otan realizada em Haia nesta quarta-feira (25) chegou a um acordo considerado histórico: os 32 países da aliança militar do Ocidente, com exceção da Espanha, se comprometeram a a investir 5% de seus Produtos Internos Brutos em gastos de defesa.
Além da concordância com uma meta ambiciosa, o encontro foi considerado uma vitória política do presidente dos EUA, Donald Trump. Em troca de ter a sua proposta aprovada, o republicano expressou seu “compromisso inabalável” de defender qualquer país membro em caso de ataque, como diz estatudo da aliança militar ocidental.
No ano passdo, o presidente dos EUA ameaçou não enviar tropas para defender países atacados, em protesto contra relutância de membros em aumentar os gastos com defesa.
Os líderes dos 32 países-membros da Otan concordaram em elevar os gastos militares para 5% do PIB de cada nação até 2035, como resposta ao aumento das ameaças globais, especialmente da Rússia, que tem exposto ambições territoriais na Europa.
O acordo foi costurado sob forte pressão dos EUA, o país que mais gasta em defesa, tanto entre os integrantes da aliança como em todo o mundo.
Nos bastidores, no entanto, representantes de outros países se mostraram reticentes em relação à intenção do republicano em cumprir o estatuto da Otan e defender os integrantes do grupo após alguma eventual agressão. Antes da cúpula, Trump havia voltado a levantar dúvidas sobre se os Estados Unidos defenderiam seus aliados, tal qual havia falado em 2024.
O envio de ajuda militar à Ucrânia foi reafirmado, com promessa de mais de 35 bilhões de euros em 2025, e a Otan destacou a necessidade de fortalecer a defesa aérea para enfrentar ameaças russas, além de tratar a entrada da Ucrânia na aliança como “um processo irreversível”.
Desde a dissulução da União Soviética e o fim da Guerra Fria, Moscou é uma feroz opositora da entrada na Otan de países com os quais faz fronteira, enxergando a manobra como ameaça à sua soberania e integridade.
O aumento de gastos exige que cada país desembolse bilhões de dólares. Isso ocorre em um momento em que os Estados Unidos — o membro da OTAN que mais gasta — desviam sua atenção da Europa para se concentrar em prioridades de segurança em outros lugares, principalmente no Oriente Médio e no Indo-Pacífico.
“Um ataque a um é um ataque a todos”, disseram os 32 países da Otan na declaração final da cúpula, em referência ao artigo 5º do estatuto da organização. De maneira controversa, Trump havia contestado o famoso artigo, dizendo que havia sobre “diversas formas” de defini-lo.