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Semana decisiva define futuro das tarifas e novas sanções dos EUA ao Brasil

A última semana de julho começa com o Brasil sob o impacto de ameaças inéditas do governo de Donald Trump. Os Estados Unidos avaliam aplicar a Lei Magnitsky contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), incluindo o cancelamento de vistos também ao alto escalão do Palácio do Planalto.

A decisão surge como resposta ao processo do STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe.

Além das possíveis novas sanções, cresce a tensão diante do tarifaço: os EUA prometem taxar produtos brasileiros em 50% a partir de 1º de agosto, próxima sexta-feira

O governo do republicano justifica a taxação por suposta “caça às bruxas” contra Bolsonaro e censura a redes sociais americanas. O principal impacto recai sobre setores como o agronegócio (principalmente carne, frutas, laranja), a indústria aeronáutica (Embraer), a cadeia madeireira, produtos químicos e açúcar.

O setor do suco de laranja já avalia prejuízo bilionário nos próximos anos.

Para tentar ganhar tempo, uma comitiva de oito senadores brasileiros começou a desembarcar em Washington neste sábado (26).

á estão na capital americana o senadores Nelsinho Trad (PSD-MS), Tereza Cristina (PP-MS), Marcos Pontes (PL-SP), Esperidião Amin (PP-SC) e Fernando Farias (MDB-AL). O senador Carlos Viana (Podemos-MG) está nos EUA e deve se juntar aos colegas neste domingo (27).

Os parlamentares devem permanecer nos EUA até quarta-feira (30) e terão reuniões com a embaixadora brasileira, entidades empresariais, Câmara de Comércio e parlamentares americanos de ambos os partidos.

Um desafio é que a ida da comitiva brasileira acontece em meio ao recesso da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos — equivalente à Câmara de Deputados.

A agenda começa na manhã de segunda-feira (28) com a chegada à residência oficial da Embaixadora do Brasil. No início da tarde, o grupo deve cumprir o primeiro compromisso público com reuniões na sede da U.S. Chamber of Commerce, onde parlamentares vão se reunir com líderes empresariais e representantes do Brazil-U.S. Business Council.

O tema das tarifas domina também o Palácio do Planalto. Lula classificou o tarifaço como “chantagem inaceitável” e tem reclamado do endosso de parlamentares bolsonaristas à Casa Branca.

Apesar da pressão, Lula descarta ligar para Trump, justificando que seria interpretado como sinal de fraqueza e “desespero”, postura criticada publicamente pela oposição, que pede ação direta do presidente da República para evitar maiores prejuízos ao país.

“Quem deve dialogar é o presidente da República. Ele devia pegar o telefone, ligar para Trump e dizer que quer dialogar, ao invés de estar tentando colher dividendo eleitoral. Essa postura é danosa para o país”, cobrou o presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, na sexta-feira (25).

Estamos conversando, buscando parlamentares americanos, empresas americanas, agentes do governo americano que podem se sensibilizar com o problema. Infelizmente hoje a gente tá vivendo um momento em que se busca tirar proveito do país, querendo dividir o país”, afirmou Tarcísio em um evento em São Paulo no sábado (26).

Lula, por sua vez, afirma que quem faz as ligações é o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

“Ninguém pode dizer que o Alckmin não quer conversar. Todo dia ele liga para alguém, e ninguém quer conversar com ele”, afirmou o presidente na sexta.

“Trump, o dia que você quiser conversar, o Brasil estará pronto e preparado para discutir e tentar mostrar o quanto você foi enganado com as informações que te deram, e você vai saber a verdade sobre o Brasil.”

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